Apprendre à écouter et à demander de l'aide

view of two persons hands

Muitos anos atrás, em um vernissage do grande artista plástico catarinense, Mayer filho, já falecido, estava eu a contemplar suas maravilhosas e coloridas pinturas de galos, quando me aborda um dos convidados.

Pusemo-nos a confabular sobre os mais variados temas incluindo artes, política, o tempo abarcando também a minha especialidade profissional, que é a reeducação de hábitos, através do DeRose Method.

Em algum momento do nosso animado bate-papo, ele então começa a contar sobre uma determinada experiência muito dolorosa pela qual ele estava passando. Após ouvi-lo por alguns minutos e já ansioso por ajudá-lo, o interrompi, sugerindo uma solução.

Ele mediatamente tocou o meu braço embarga a minha exposição:

– Desculpe-me, Joris, mas eu não quero que você resolva o meu problema. Eu quero apenas que você me escute.

Surpreendido pela solicitação do meu colega, no entanto calei-me e ouvi, sem interrompê-lo, ainda por um bom tempo.

No entanto, aquela experiência me ensinou  2 coisas Importante, que levei para a minha vida:

A 1ª delas e que às vezes, quando alguém está nos compartilhar alguma coisa, necessariamente  ela não quer uma solução,  mas apenas ser ouvida.

A 2ª coisa todos nós precisamos de amigos, de pessoas próximas, confiáveis com quem nos possamos compartilhar um pouco das nossas dúvidas, anseios e decisões a serem tomadas em nossas vidas.

Observando a mim e aos meus pares humanos, atentei que acreditamos que devemos resolver por nós mesmos nossos desafios, como autênticos heróis, capazes de suportar sozinhos todas os impasses, contratempos e obstáculos.

– Você já viu alguma excursão de viúvo?

Não, porque a maioria deles morreu precocemente, guardando para si suas aflições e angústias inerentes a existência, enquanto suas mulheres, ao compartilhar mais suas preocupações e dúvidas, tornaram suas vidas mais leves, sendo um dos positivos motivos pelo qual vivem mais.

Mas sejamos nós, homens ou mulheres, o importante é que todos tenhamos algumas poucas pessoas o nosso redor que possamos nos reportar, compartilhando as vicissitudes intrínsecas ao passar do tempo, ao invés de manter uma pose de herói ou heroína, que provavelmente ceifará a nossa qualidade de vida e a própria vida!!

Pessoalmente, me cerquei de 4 pessoas, aquém me reporto recorrentemente meus sentimentos, de alegria e dúvidas.

A 1º deles é a minha companheira de vida, Andressa Mezzomo,.com quem tenho uma relação de muita cumplicidade e confiança. Parece obvio, mas ao nosso redor existem dezenas de cônjuges que não compartilham seus sentimentos.

A 2ª pessoa é o meu supervisor, Professor DeRose, amigo de mais de 40 anos, e que além de larga jurisprudência existencial é um sábio. Semanalmente nos ligamos, para sempre dar boas risadas e eventualmente, levantar algum desafio.

Uma 3ª pessoa a quem me reporto recorrentemente, é o meu amado terapeuta, Karin Bacha, numa conversa sempre rica e com muitas sacadas.

E finalmente, um amigalhaço de longa data, o Professor e extraordinário Chefe de Cozinha Juarez Andersen.

Como você pode perceber, estou cercado de ótima convivência.

Mas alerta aos passageiros: esta é uma via de mão dupla. Eu também sou um bom ouvinte para estas pessoas.

Cuidado para não nos tornarmos vampiros, sugando nossos confidentes. O lindo disto tudo sempre será um lindo, rico e proveitoso suporte mútuo.

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